E aí estão os primeiros ecos do Outono.
Insinuam-se nas folhas mortas caídas, nas árvores que se vão despindo, nas aves que fogem do frio.
Um castanho discreto, um amarelo sol, uns cabelos brancos, umas rugas e uns olhos cansados a mirar esses ecos.
Como amar o que já é morto? São oiro velho que lembra a Primavera florida e o Verão quente já passados.
Cavalinho a relinchar, caminhando a trote, certo, seguro do caminho que trilha.
Ninguém ama tocar árvores despidas, nem corpos enrugados.
Sorriso com cheiro a velho, que repugna, sórdido e cruel na solidão que transporta.
Mas o ouro velho e as folhas mortas caídas escondem o segredo da alma que nunca envelhece, do sonho que recusa ser árvore despida.
A Alma, ah, essa nunca será velha. Nunca se recusará tocar outras almas.
Rir-me-ei do Inverno e de um corpo velho se a eles chegar, nunca serão comandantes do navio desta alma. Porque em cada fim há a promessa de um retorno.
De olhos abertos. De sorriso nos lábios. Em frente até à eternidade. Que nada menos que isso se pode aceitar.
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