sábado, 27 de março de 2021

Beep, beep, beep...

Bep, beep, beep... Conheci há muito tempo um senhor que fez engenharia no IST. Era um dos moços que ligavam para casa do professor e gozavam com ele por ter afirmado que era impossível os russos terem posto um satélite em órbita! Ele tinha feito as contas e um foguete não conseguiria velocidade horizontal suficiente para entrar em órbita. O que ele ignorava na altura era a existência de foguetes de andares. Pobre homem, foi alvo de chacota em Portugal e ícone de um país atrasado, como era de facto na altura.
Esta estória foi muito badalada na altura. Coitado do professor. Nos anos 90, após a queda da URSS veio a Lisboa a sociedade Lavoskin, responsável por muitos projectos espaciais da URSS. Esteve em exposição no CCB. Logo na entrada estava uma cópia do Sputnik 1. Uma bola de aço com antenas, uma bateria de chumbo e um rádio-transmissor. Foi um enorme golpe publicitário, fruto da guerra fria. Mas plenamente conseguido. Conseguiu pôr o ocidente nervoso. No entanto não fez ciência. Ao contrário, o minúsculo e posterior Exporer 1 levava a bordo um magnetómetro, e com ele o Van Allen descobriu as cinturas de radiação da terra, hoje com o seu nome. A "laranja' americana podia ser minúscula, ao lado do Sputnik. Mas fez ciência!


 

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