sábado, 3 de abril de 2021

A Culpa é do Algoritmo?

Vamos primeiro à definição do bicho :"Algoritmo é uma sequência finita de instruções bem definidas e não ambíguas, cada uma das quais devendo ser executadas mecânica ou electronicamente em um intervalo de tempo finito e com uma quantidade de esforço finita".

Posto isto, trata-se de uma rotina bem estabelecida em que, de forma mecânica ou electrónica - actualmente refere-se sobretudo a programação informática, definida por alguém e escrita, pelo próprio ou por procuração, para processar um determinado conjunto de dados. Dito de outra forma, de um lado entram dados em bruto, a máquina processa de acordo com o algoritmo e devolve os dados já processados. Pense em algo do tipo: 1, 1. Depois defina o algoritmo, pode ser um "+". O resultado? 2, obviamente.

Serve esta simples verdade de La Palise para evidenciar o que é simples: a culpa nunca é do algoritmo, é de quem o faz. O algoritmo, tal como o computador onde ele corre não tem conhecimento nem consciência. Ele apenas sabe fazer operações aritméticas ou operações lógicas. Olhando para a imagem ressalta algo: um processamento algorítmico não tolera o acaso. Tudo tem que ser previamente previsto e determinado. O melhor exemplo disto vem dos primórdios da informática, quando factos muito evidentes por vezes escapavam ao programador. Era o clássico "divisão por zero". Dividir um número qualquer diferente de zero por zero equivale a criar um infinito. Os computadores queimavam por não terem sido previamente programados para tal erro. Olhando de novo para a imagem ressalta de novo outra evidência: o acaso e a liberdade não cabem na frieza lógica de algoritmos e computadores. Não, não é o algoritmo nem a "inteligência artificial". Quem manda ainda, para o melhor e para o pior são as pessoas. Algumas pessoas. As que têm sede de poder e que gerem a seu belprazer os dados que nós, de forma consciente ou nem tanto vamos dando de graça. Eles dão-nos voz e um espelho bom para o nosso ego. Mas não é de graça. O click no gatinho fofinho, o like na notícia, verdadeira ou falsa, a avalanche de informação que lhes damos em troca desse veículo tem um preço. A época da ingenuidade pode finalmente ter um fim. A bem da nossa humanidade, no melhor que ela possa ter, ainda vai estando nas nossas mãos.

 

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